sábado, 9 de março de 2013

BALANÇO SEMANAL — 04/03 a 08/03/2013-Silas Brasileiro

BALANÇO SEMANAL — 04/03 a 08/03/2013
 
- Semana foi marcada pela 110ª Sessão do Conselho Internacional do Café da OIC, em Londres, onde se debateu o impacto da ferrugem nas lavouras, fomento a financiamentos e tendências de consumo
 
110ª SESSÃO DO CONSELHO DA OIC — A rodada de reuniões da Organização Internacional do Café (OIC), em Londres, teve início na segunda-feira, 4 de março. Na ocasião, foi apresentado o novo chefe de operações da entidade, o colombiano Mauricio Galindo, que fez uma explanação sobre o mercado cafeeiro. Ele demonstrou o equilíbrio nos níveis de estoque nos países consumidores durante os últimos 20 anos — ao redor de 18 a 20 milhões de sacas — e o acentuado declínio nos produtores, que caíram de 70 milhões no início dos anos 2000 para cerca de 20 milhões de sacas no último ano safra.
 
O novo chefe de operações expôs, também, um gráfico com a evolução dos preços, explicando que as cotações do arábica tiveram alta volatilidade nos últimos cinco anos – rompendo a barreira de US$ 3,00 por libra peso e retornando para US$ 1,40 no último mês –, ao passo que os robustas tiveram comportamento bem mais estável e estão com diferenciais muito pequenos em relação aos arábicas.
 
FERRUGEM — Um assunto que repercutiu bastante nas reuniões da OIC, em especial por parte dos representantes dos países produtores, foi a dificuldade vivenciada no cultivo de cafés lavados nas Américas do Sul e Central devido à queda dos diferenciais e ao fortalecimento de suas moedas, o que traz sérios problemas a seus cafeicultores. Os relatos dos participantes citaram que essa situação se agrava mais com o novo surto de ferrugem que atingiu cafezais localizados em altitudes que estavam praticamente imunes à doença até recentemente. As comitivas desses países apontaram pesadas perdas na próxima safra, fato que aparentemente ainda não foi absorvido pelo mercado.
 
50 ANOS DA OIC — Durante a sessão de segunda-feira, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, fez uma apresentação a respeito dos preparativos para a celebração dos 50 anos da OIC, que ocorrerá em setembro, na capital mineira Belo Horizonte, juntamente com a 111ª Sessão do Conselho da Organização. Ele comunicou que a cidade também sediará, paralelamente, a Coffee Week, oportunidade na qual serão apresentados os melhores cafés produzidos no Brasil a compradores do mundo inteiro e aos delegados da OIC. Por fim, o secretário destacou a infraestrutura que vem sendo preparada e o apo io do governador Antonio Anastasia para o Estado sediar o evento.
 
ESTÍMULO A FINANCIAMENTOS — Na terça-feira, dia 5 de março, foi realizado o encontro do grupo central do Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro. Durante a reunião, o Conselho Nacional do Café (CNC) sugeriu que o colegiado priorize o fomento de financiamentos do produto colhido aos cafeicultores como forma de ampliar seu poder de negociação. Este tipo de operação, bastante comum no Brasil, não ocorre na maioria dos países produtores, mas consideramos que é fundamental para essas nações, em especial às menos desenvolvidas, para fortalecer o mercado como um todo. Não por acaso o Brasil possui o maior nível de repasse do valor f inal aos cafeicultores, com aproximadamente 85% do montante obtido pelos exportadores sendo direcionados aos produtores do País.
 
CONSUMO EM NOVOS MERCADOS — O "Seminário sobre tendências nos novos mercados consumidores de café" também foi um dos atrativos da 110ª Sessão do Conselho da OIC. Nele, analistas internacionais fizeram explanações focando, principalmente, os países com consumo emergente, como os da Ásia e da Europa Oriental. O diretor de pesquisas em café e cacau na LMC International, Rob Simmons, e a analista Judy Ganes-Chase, CEO da J. Ganes Consulting, destacaram o fato da participação dos robustas ter saltado de 35% para 45% nos blends em mercados já tradicionais, mas alertaram que esse percentual pode ser ainda maior nos mercad os emergentes da bebida.
 
Os analistas também comentaram que a elevação anual no consumo de café do planeta é de cerca de 2,5%, sendo puxado pelos países onde beber café está em uma crescente, de forma que o incremento do consumo nessas nações supera os 4% ao ano. Mais do que isso, eles explicaram que, do crescimento anual no consumo de café no mundo, de 2,5 milhões de sacas, 2 milhões delas se referem à variedade robusta, muito em função do solúvel ser o abre portas nesses mercados e, especificamente no caso brasileiro, devido à alta disponibilidade e aos menores preços da variedade.
 
IMPACTO NO MERCADO — Ainda de acordo com os analistas, o aumento dos preços do café arábica nos últimos anos foi outro ponto que ajudou a impulsionar o consumo de robusta. Este fato explica, em grande medida, a frustração de expectativas que existiam, há um ano, para a recuperação dos preços do arábica em função da escassez prevista na oferta mundial. Ou seja, o incremento da utilização de robustas “abortou” tal prognóstico.
 
GREVE NA COLÔMBIA — Após quase duas semanas, cafeicultores e governo colombianos entraram em acordo e teve fim a greve realizada em protesto contra os baixos preços. O acerto ocorreu depois que os governantes decidiram aumentar para 145 mil pesos (* US$ 80,41) o subsídio a cada saca de 125 kg de café. Os oficiais do país também anunciaram que aumentarão o apoio financeiro para 165 mil pesos (* US$ 91,50) se os preços caírem abaixo de 480 mil pesos, mas, por outro lado, suspenderão o pagamento se as cotações ultrapassarem 700 mil pesos por saca de 125 kg.
 
* US$ 1 = 1.803,35 pesos colombianos, de acordo com conversão do Banco Central do Brasil referente ao dia 7 de março de 2013.
 
Atenciosamente,
 
Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC
 

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