sábado, 30 de junho de 2012

Técnica rompe barreira protetora do cérebro para permitir entrada de medicamento





Abordagem com ultrassom pode levar a novos tratamentos para doenças como cânceres cerebrais e Alzheimer

Cientistas da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, utilizaram a frequência do ultrassom para romper temporariamente a barreira sangue-cérebro e conseguir atingir regiões distintas do cérebro.

A abordagem pode abrir o caminho para novas estratégias de tratamento de doenças como cânceres cerebrais e Alzheimer, condições normalmente não susceptíveis a terapias convencionais.

O cérebro é protegido da maioria das toxinas e infecções bacterianas pela barreira hemato-encefálica, uma separação física entre o cérebro e o sistema circulatório, que apenas permite que moléculas pequenas e essenciais, como oxigênio e glicose passem. Moléculas grandes, como agentes de quimioterapia e antibióticos não podem facilmente permear essa barreira, tornando-se um dos principais obstáculos para o tratamento de doenças no cérebro.

Para resolver este problema, Nathan McDannold e Margaret Livingstone, introduziram um agente de contraste contendo minúsculas microbolhas cheias de gás no sistema circulatório primatas.

Guiados por uma ressonância magnética, eles então atingiram áreas específicas do cérebro com um dispositivo de ultrassom direcionado. Devido à estimulação mecânica das microbolhas pelas frequências do ultrassom, a barreira sangue-cérebro fica enfraquecida em áreas específicas onde o agente de contraste normalmente impermeável no cérebro.

Esse efeito dura por cerca de quatro horas, e é perturbador o suficiente para permitir que medicamentos e moléculas grandes entrem no cérebro e alcancem seu destino, por exemplo, tumores, sem causar danos funcionais ou estruturais.

"Isso pode realmente mudar a maneira como as pessoas usam drogas para atingir o cérebro. Esse tratamento é totalmente não invasivo e pode ser repetido várias vezes", afirma McDannold.

Os pesquisadores também verificaram a segurança do método. Depois de várias sessões de interrupções repetidas da barreira hemato-encefálica no córtex visual e no campo visual central, os animais realizaram uma série de tarefas que incluiu aprendizagem e reconhecimento de símbolos diferentes, em tamanhos variados, por uma recompensa. Os animais estavam normais.

As características anatômicas das áreas específicas do cérebro não mostraram nenhuma lesão ou inflamação.

Enquanto outros testes são necessários para eliminar completamente os riscos potenciais, tratamentos repetidos com o sistema atual não demonstraram qualquer evidência de lesão.

A equipe planeja melhorar a tecnologia, principalmente na orientação e redução de custos. "Estamos prontos para testar a técnica em pacientes. Esses dados que temos obtido ao longo dos últimos anos são realmente convincentes o suficiente", conclui McDannold.



Autor: Redação

Fonte: Portal ISaúde.net

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