quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A REJEIÇÃO DOS PRODUTIVOS

A REJEIÇÃO DOS PRODUTIVOS
Ralph J. Hofmann
Infelizmente as lições da história nunca permanecem na memória dos homens por muito tempo.
Imediatamente após a segunda guerra mundial o Partido Trabalhista inglês (Labour Party) instituiu o Estado Babá (Wellfare State) em que se pretendia que o governo tutelasse tudo do nascimento até a tumba. Para conseguir isto sobretaxou tudo, rendas, patrimônio, espólios (heranças), propriedades. Também nacionalizou o que podia.
O resultado foram algumas décadas de estagnação. Pode se dizer que a medicina pública foi o que melhor funcionou, mas houve incontáveis problemas. Um médico podia decidir que uma criança precisava tirar as amídalas aos cinco anos, mas sua vaga na fila poderia levá-lo a submeter-se à operação oito anos depois. Era tratada como uma cirurgia opcional e não como uma medida que poderia evitar o comprometimento de  sua saúde geral.
De resto o empreendedorismo que fizera da Inglaterra uma das economias mais sólidas do mundo desde os primórdios da revolução industrial até  os anos 1930 quase morreu. O governo regulamentava tudo e sugou através da intensa taxação as reservas que poderiam ser utilizadas para criar negócios novos ou expandir negócios maduros.
Margareth Thatcher, eleita a partir de 1979 levou onze anos como Primeira Ministra para reverter a situação. Os espíritos irrequietos e criativos da Inglaterra imediatamente voltaram a se manifestar, na certeza de que o governo não os espoliaria de tudo que ganhassem. A arrecadação aumentou na medida em que os impostos baixavam.
Mas o mundo, e especialmente os esquerdistas conhecidos como “liberais” nada aprendem. Isto é um dos problemas que afeta neste momento a Obamalândia. Lá estamos assistindo um intenso programa de aumentar a taxação, aumentar a regulamentação das atividades, efetuar gastos a fundo perdido em incentivos sociais que encorajam os desempregados a ficar em casa e não procurar emprego, cercear fiscalmente aos ativos, confiscar o capital e finalmente um dirigismo em que o governo freqüentemente escolhe projetos privados para financiar às vezes “coincidentemente” entre seus cabos eleitorais tais como os donos da Solyndra, empresa de energia verde falida após receber empréstimos garantidos pelo governo acima de meio bilhão e que não gerou mais de cem empregos permanentes (A Solyndra é apenas uma dessas empresas).
Grande parte das empresas e dos investidores, e com isto precisamos explicar que isto inclui empresas de tamanho relativamente modesto e investidores de porte idem, estão recolhidos, com enorme quantidade de recursos disponíveis mas sem incentivo para dar partida em expansões ou negócios novos em função da insegurança comunicada pelas plataformas de Obama e pela sua regulamentação. Lembra um pouco o período na história econômica do Brasil que precedeu o Plano Real. Era mais seguro aplicar dinheiro ou deixá-lo na poupança do que comprar um torno ou uma prensa e empregar pessoas que criavam um passivo previdenciário em potencial e implicavam em um risco de retração de mercado.
A própria interpretação do que é uma fortuna hoje e questionável. Um milhão de dólares? Cinco milhões de dólares? Cinqüenta milhões de dólares?
Voltamos à Inglaterra dos anos 40/50. Lembramos que em 46 anos os ingleses haviam participado de duas grandes guerras, com envolvimento total de sua população. Imaginemos uma família de proprietários de terras dedicadas à agropecuária. O chefe da família estaria com setenta anos e faleceria. O filho cairia nos combates nas trincheiras pouco tempo depois. O neto mais para o fim da guerra. Sobraria o bisneto que em 1939 teria vinte e cinco anos e j;a teria um herdeiro. O bisneto cairia em 1945.
Cada morte implicaria no pagamento de impostos sobre o espólio. Se esta família fosse rica em terras e pobre em dinheiro, pois seu negócio seria a agricultura  herdeiro após herdeiro teria de vender parte do capital para pagar os impostos. Em 1946 possivelmente (Sim, isto de fato ocorreu em muitos casos) o negócio morreria por ser inviável.  E isto num momento em que a agricultura se mecanizava e tinha ganhos de escala pela produção racional.
O governo gastou tudo em seus projetos de nacionalização de indústrias e suas atividades sociais e o empreendedor foi tocar noutra freguesia (veja o progresso de ex-colônias como a Austrália, Nova Zelândia e Canadá onde muitos desses “herdeiros” foram parar).  
Poderão dizer que estou exagerando. Mas não. Obama pretende taxar os espólios superiores a um milhão de dólares em 55%.  Até agora era 35% para espólios acima de cinco milhões de dólares.
Imagine o caso de um rancheiro (ranch – propriedade dedicada à criação de gado). Sua propriedade tem aproximadamente 10.000 hectares. Quando seu avô faleceu dez anos atrás ele teve de pagar US$ 2 milhões de imposto. Teve de financiar este valor. Se ele falecer depois de 2013 seus filhos terão de pagar US 13 milhões.
O lucro anual deste rancheiro não chega ao salário do burocrata de nível médio de um ministério em Washington, ou seja, para seus filhos não deverá valer a pena manter a propriedade, ainda mais sendo mais de um filho. 
Os admiradores da reforma agrária dirão que isto é ótimo. Menos um latifundiário. Nada disto. Seria louco um quem tentasse arrancar o sustento de criar gado numa parcela desta propriedade considerado o mero valor do investimento em terras e equipamento. Provavelmente quem a compraria seria uma grande corporação, que devido à extensão de seus negócios pode aceitar lucros ínfimos por hectare.
Ou seja, chega ao final um empreendimento familiar, possivelmente iniciado no século XIX e mais uma família deixa de produzir alimentos para empregar-se produzindo garfos de plástico.
Mas isto se aplica a um grande número de pequenas fortunas aplicadas em muitas coisas diferentes. E o dinheiro será consumido na gastança governamental desbragada sem que represente mais do que uma gota no universo da dívida americana que em quatro anos Obama multiplicou e segue querendo multiplicar.
E não vamos contar com uma Thatcher nem com um Ronald Reagan.

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