quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Novo tratamento menos invasivo para enfisema pulmonar está disponível em São Paulo



Novo tratamento menos invasivo para enfisema pulmonar está disponível em São Paulo

A novidade pode beneficiar pacientes sem indicação cirúrgica e também aqueles que aguardam a longa espera por um transplante de pulmão


O enfisema pulmonar, principal doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), até pouco tempo atrás tinha na cirurgia redutora de volume pulmonar ou no transplante de pulmão suas principais formas de tratamento para os casos em estágio avançado.

Mas este panorama já está mudando em diversos países, inclusive no Brasil. Investigado há cerca de 10 anos, o tratamento endoscópico do enfisema começa a ser colocado em prática clínica. A técnica enfrenta algumas barreiras em países como os Estados Unidos, que têm uma restrição natural às novas tecnologias. Naquele país, este tratamento é alvo de uma série de estudos que devem nortear a sua aprovação pelo órgão competente (FDA).

Mas em outras localidades na Europa e também no Brasil, a técnica já é uma realidade com resultados bastante satisfatórios.

De acordo com o prof. Paulo F. G. Cardoso, da disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP e cirurgião torácico do InCor - Hospital das Clínicas, da FMUSP, a técnica se desenvolveu a partir da cirurgia redutora de volume pulmonar, bastante utilizada a partir do final dos anos 90.

“Após alguns resultados em pesquisas e estudos clínicos, surgiram restrições à cirurgia redutora que fizeram com que fosse necessário buscar alternativas. Assim, desde o ano de 2000, novas técnicas endoscópicas menos invasivas para o tratamento do enfisema vêm sendo estudadas.”

Cirurgia tradicional x método endoscópico

A cirurgia utilizada tradicionalmente para o tratamento de pacientes com enfisema pulmonar está associada a uma série de intercorrências e possui índice de mortalidade de cerca de 5,5%, que é considerado bastante alto.

As técnicas endoscópicas são menos invasivas, possuem riscos menores e indicações específicas. O método consiste na implantação de pequenas válvulas no interior dos brônquios, com o objetivo de causar a desinsuflação seletiva das áreas do pulmão menos funcionais.

“O paciente com DPOC tem dificuldade em esvaziar os pulmões e também para expandi-los. Estas válvulas então são colocadas em locais estratégicos, para permitir que o pulmão se expanda mais adequadamente, melhorando a mecânica respiratória”, explica.

No Brasil

O método começou a ser introduzido no país no Rio Grande do Sul, e agora encontra-se disponível em São Paulo. Por aqui, já vêm sendo recrutados e selecionados pacientes para esta modalidade de tratamento há quase um ano. Dentro de alguns meses os tratamentos deverão ser iniciados.

Contraindicações

Tanto a cirurgia redutora de volume pulmonar quanto o tratamento endoscópico não podem ser indicados a qualquer paciente com enfisema pulmonar. Ambos são tratamentos a pacientes com doença em estágio avançado, que muito provavelmente culminarão na necessidade de um transplante de pulmão.

Para estes pacientes, a cirurgia tradicional ainda carrega outras contraindicações, pelo fato que ser bastante invasiva, tais como alterações renais ou doença cardíaca. Assim, muitos deles tinham como única alternativa o transplante. Hoje, parte destes poderá ser encaminhada para o tratamento endoscópico.

O procedimento

O tratamento endoscópico para o enfisema pulmonar começa muito antes do tratamento propriamente dito. Cerca de um mês antes são iniciadas sessões de reabilitação pulmonar por fisioterapeutas especializados, para o recondicionamento muscular. Há também acompanhamento nutricional e realização de diversos exames.

“Embora seja um procedimento indolor, feito sob sedação com anestesia local, o paciente deve permanecer internado por pelo menos 48 a 72 horas. Esta é uma medida de segurança, pois estamos falando de pacientes com grau muito avançado de enfisema”, avalia.

Mesmo depois da alta, explica o especialista, o paciente prossegue sendo avaliado regularmente em sua função pulmonar e dando continuidade ao programa de reabilitação pulmonar.

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