quarta-feira, 29 de abril de 2009

Filosofia Medieval

Filosofia Medieval

Questões:

1) Por que podemos dizer que a Filosofia Medieval é uma “Teologia Disfarçada”?

A filosofia medieval é tipicamente teológica devido ao tema profundamente discutido naquela época: FÉ versos RAZÃO. Evidentemente encontramos muita filosofia nos trabalhos de escritores medievais, que usaram idéias e técnicas lógicas dos filósofos antigos para formular perguntas teológicas difíceis, incluindo tópicos da doutrina. Avicenna e Averrões apoiaram-se mais na razão enquanto que para Agostinho a solução para o problema fé/razão é primeiro a crença, e depois a compreensão. Tomás de Aquino procurou a harmonia entre fé e razão. Ele classificou a filosofia como ‘ancilla theologiae’, a escrava da teologia. De outro lado, ele também diz que a teologia é um guia orientador para a filosofia. Afirmou que a filosofia e a teologia estão em harmonia porque ambas foram criadas por Deus. Se alguma filosofia entra em conflito com a teologia, então algum erro foi cometido, logo o filósofo deve voltar atrás e procurar o seu erro. Assim, admitirá que existe uma relação recíproca entre filosofia e teologia.

Filosofia ou Teologia? — Muitas vezes, porém se veio perguntar se então ainda se trata de pura filosofia, quando o logos já não é o único a dominar, deixando-se assim guiar pela religião. Pois então, neste consórcio, tudo já de antemão teria sido feito de encomenda, como se repete freqüentemente. A filosofia já não teria que resolver os seus problemas próprios, pois já estão eles resolvidos pela fé. A filosofia teria que desenvolver-se no terreno da fé. É baseado na fé que o filósofo deve operar e, de ordinário, tem o pensamento filosófico de servir ao patrimônio da crença fundando-o, defendendo-o, explicando-o, aplicando-lhe cientificamente a análise e a síntese. "A filosofia serva da teologia", conforme soam as palavras tantas vezes citadas de Pedro Damião, para caracterizar essa época. Em suma, uma filosofia não isenta de "preconceitos", sendo por isso mesmo que parece duvidoso tenha existido verdadeira filosofia na Idade Média.

2) Como entender mais corretamente a Idade Média?

A idade média, ou Idade Medieval, foi um período que durou aproximadamente 1000 anos.
Iniciou em 476, ano da queda do Império Romano e estendeu-se até 1453 com a queda do Império do Romano do oriente pela tomada de Constantinopla pelos turcos.
Esse período é dividido em dois: a Alta Idade Média que compreende os 5 primeiros séculos e a Baixa Idade Média, que abrange os 5 séculos restantes.
A maioria da população era camponesa e muito pobre sendo dominados pelos proprietários da terra.
A economia agrária pouco existia.
As cidades tiveram pouca importância neste período, pois, com a crise econômica e as invasões bárbaras (causas do fim do Império Romano do ocidente), muitos senhores abandonaram as cidades e foram para suas propriedades nos campos. Essas propriedades eram conhecidas como vilas e deram origem aos feudos medievais.
Um fato importante que marcou este período foi o fim da escravidão que foi substituída pela servidão.
O servo não era propriedade do Senhor, mas tinha inúmeras obrigações e impostos a pagar ao seu Senhor que, em troca lhe deveria dar proteção.


3) Quais eram os objetos da Filosofia Medieval?

Na Idade Média, ocorreu um intenso sincretismo entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas. De fato, uma das principais preocupações dos filósofos medievais foi a de fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas da Igreja Cristã e da Religião Islâmica, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma, etc.
Período bastante influenciado pelo pensamento socrático e platônico (conhecido aqui como neoplatônismo, vindo da filosofia de Plotino). Ocupou-se em discutir e problematizar “Questões Universais”. É nesse período que o pensamento cristão firma-se como "Filosofia Cristã", que mais tarde se torna Teologia.


Um de seus temas mais constantes são as provas da existência de Deus e da alma, isto é, demonstrações racionais da existência do infinito criador e do espírito humano imortal.
A diferença e separação entre infinito (Deus) e finito (homem, mundo), a diferença entre razão e fé (a primeira deve subordinar-se à segunda), a diferença e separação entre corpo (matéria) e alma (espírito), O Universo como uma hierarquia de seres, onde os superiores dominam e governam os inferiores (Deus, arcanjos, anjos, alma, corpo, animais, vegetais, minerais), a subordinação do poder temporal dos reis e barões ao poder espiritual de papas e bispos: eis os grandes temas da Filosofia medieval.
Outra característica marcante da Filosofia Medieval foi o método por ela inventado para expor as idéias filosóficas, conhecida como disputa: apresentava-se uma tese e esta devia ser ou refutada ou defendida por argumentos tirados da Bíblia, de Aristóteles, de Platão ou de outros Padres da Igreja.
Assim, uma idéia era considerada uma tese verdadeira ou falsa dependendo da força e da qualidade dos argumentos encontrados nos vários autores. Por causa desse método de disputa – teses, refutações, defesas, respostas, conclusões baseadas em escritos de outros autores -, costuma-se dizer que, na Idade Média, o pensamento estava subordinado ao princípio da autoridade, isto é, uma idéia é considerada verdadeira se for baseada nos argumentos de uma autoridade reconhecida (Bíblia, Platão, Aristóteles, um papa, um santo).

4) A Filosofia Antiga é Antropológica e se caracteriza por ser um instrumento de pesquisa.

a) Explique o que é: Homem, Mundo, Natureza e Sociedade no período Medieval.

Homem:
Na Antropologia Filosófica que surgiu por volta de 1920, com os estudos de Scheler, Plessner e Gehlen, seu objetivo maior é saber o que é o homem. Para isso ela usa métodos do tipo: fenomenológico, dedutivo, histórico, e muitos outros. Diz Scheler que o homem possui espírito, pode amar, admirar, contemplar, enquanto que os outros animais não dispõem de nada disso. Pois estes contam com o instinto e aquele com a razão; a esta diferença atribui-se a limitação dos outros animais. Para Sócrates o homem era alguém que podia responder com racionalidade a uma indagação racional. Já para seu seguidor e aluno, Platão, o homem é alma e que, com isso, ele é imortal.
A definição mais comum a se perpetuar por mais tempo foi a de que o homem é um animal racional, defendida por muitos filósofos importantes de gerações passadas como: Descartes, Spinoza, Kant, Hegel e outros. Mas muito já mudou, e hoje são muitas as definições que temos, baseadas em características do homem. Como a de que este é um ser livre (Sartre); para Gabriel Marcel, um ser problemático; para Luckmann, um ser religioso.
Na Idade Média, acreditavam que o ser humano era o centro do Universo, vindo de Deus e destinado a viverem aqui em orações e lamentos até voltarem a Deus.

Mundo:
- Filosoficamente o Mundo é um termo com múltiplas significações: o mundo como o campo das nossas experiências; o mundo interior (a consciência), o mundo exterior ( o mundo que nos é dado pelos sentidos); o mundo como o universo ( o mundo físico); o mundo como o conjunto de todas as coisas.

Natureza:
A Natureza corresponde ao mundo material e, em extensão, ao Universo físico: toda sua matéria e energia, inseridas em um processo dinâmico que lhes é próprio e cujo funcionamento segue regras próprias (estudadas pelas ciências naturais).

Sociedade:
A sociedade era dividida em estamentos, o dos senhores e o dos servos, onde a posição social do indivíduo era determinada pelo seu nascimento.
Se nascesse camponês seria camponês pelo resto da vida sem nenhuma possibilidade de ascenção social.. Isto era estendido a todos os seus dependentes.



O Senhor tinha a posse legal da terra, o poder político, militar, jurídico e religioso, como nos casos dos padres, bispos ou abades.
Os servos não tinham propriedade da terra e nem tinham a liberdade de abandona-la, diferenciado-se dos escravos apenas por não poderem ser vendidos.

- O COTIDIANO MEDIEVAL
Antes do nascer do Sol o Homem começava o seu dia. Fazia o sinal da cruz e rezava uma oração. Lavava o rosto e as mãos e se vestia. Se pudesse, antes de iniciar o trabalho, assistia a uma Missa na Igreja.
Sua primeira refeição geralmente era feita por volta das 6 horas da manhã depois da Missa.
O trabalho se relacionava com o campo (camponeses), com oficinas (artesões) ou com vendas (mercadores). No caso dos Senhores eles saíam para a caça e seus filhos exercitam-se com armas e com a cavalgar.
O almoço era perto do meio-dia e, após o almoço costumavam fazer uma breve pausa para a sesta ou para conversarem.
No final do dia, já com o cair da noite, retornavam para casa, jantavam e se reunião para conversarem ou se ocuparem com os serviços domésticos.
A iluminação era com vela de sebo ou com o clarão do fogo da lareira. Antes de dormir cuidavam para apagar todo fogo, pois as casas eram quase todas de madeira.
No século XIII algumas residências de Senhores passaram a ser construídas com pedra. No térreo ficavam os porões e depósitos ou adegas. No andar superior ficavam o salão principal e outras acomodações.
Só as famílias mais ricas tinham um quarto para o casal.
Os camponeses moravam em pequenas casas de um cômodo, enfileiradas ao longo da rua. Eram feitas de madeira ou barro e tinham o chão de terra batida.
Na maior parte das casas havia um quarto comum onde todos dormiam. Uma cama servia para pelo menos duas pessoas, mas não raro para cinco ou seis!
Os colchões eram feitos de montes de palha. Um colchão de penas era considerado um luxo.
As camas e as mesas eram formadas por tábuas apoiadas sobre cavaletes.
Até o final do século XIV não havia armários e as roupas eram guardadas em caixotes.
Nas casas mais humides não haviam cadeiras e as pessoas sentavam-se sobre palha. Mesmo nas casas mais ricas os montes de palha eram cobertos por belos tecidos.
Eles próprios faziam seus tecidos, roupas e vasilhas. Se não podiam produzir trocavam com quem produzia.
A vida dos camponeses não era fácil pois, além do trabalho, estavam sujeitos a pagar pesados impostos e taxas ao seu Senhor.
A água era tirada dos poços o que desestimulava o banho.


Os camponeses o tomavam em tinas de madeira forradas com um lençol para que as farpas da madeira não os machucassem.
Só nos grandes palácios existiam instalações sanitárias.
O melhor meio de transporte era o cavalo mas nem todos os possuíam, sendo assim, a maior parte viajava a pé.
O alimento principal era a carne de boi, de vitela, de carneiro, de porco e da caça.
A carne era acompanhada de ervilhas, favas e cebolas, além de pão, queijo e legumes.
As classes mais pobres comiam grande quantidade de toucinho.
Os condimentos mais comuns eram o alho e a salsa. Depois da vinda das cruzadas os mais ricos passaram a usar pimenta, canela e outras especiaria vindas do Oriente.
A bebida mais consumida era o vinho além de bebidas extraídas de frutas como a sidra.
As vestimentas dos homens eram constituídas por duas túnicas sobrepostas, uma delinho e outra de lã. Usavam também calças de linho e um manto cinzento ou azul.
As mulheres também usavam duas túnicas. Uma delas tinha mangas compridas e apertadas e a outra com mangas mais largas.







b) Como podemos definir a Filosofia Medieval?
A Filosofia Medieval é caracterizada pela Fé, pelo Cristianismo, pelo Poder do Conhecimento reduzido e pelo Clero (comando geral da sociedade).

A filosofia medieval é a filosofia da Europa Ocidental e do Oriente Médio no período medieval ou Idade Media, e se estende da queda do Império Romano à Renascença. É respeitada pela redescoberta da cultura antiga desenvolvida na Grécia e em Roma no período clássico, e também, pela formulação de problemas teológicos e por integrar a doutrina sagrada com a aprendizagem secular.

Os principais problemas discutidos ao longo deste período foram as relações entre fé e razão, a existência e unidade de Deus, os objetos da teologia e da metafísica, e os problemas do conhecimento, dos universais, e da individuação.

A idéia de subordinação do homem em relação a Deus e da razão à fé acabou tendo grande predominância durante vários séculos no pensamento filosófico medieval. Mais do que refletir interesses que legitimavam o poder religioso da época, o negativismo impregnado no ideário de Santo Agostinho dever ser visto como uma conseqüência próxima às conturbações, guerras e invasões que viriam a marcar a formação do mundo medieval.

Na Idade Média, a filosofia se separa da teologia, porém as duas mantêm relações, podendo-se afirmar que a filo¬sofia é um instrumento a serviço da teologia. O tema central é a tentativa de conciliar razão e fé. De maneira simplista, é possível dividir a filosofia medieval em dois grandes períodos: a filosofia patrística e a filosofia esco¬lástica. A patrística precede e prepara a escolástica medie¬val, e sua principal característica reside no seu caráter apologético: é preciso defender os ideais cristãos perante os pagãos e convertê-los. Presencia-se a retomada da filo¬sofia platónica, especialmente por Santo Agostinho, bem como do neoplatonismo.
O termo escolástica designa a filosofia ministracia nas es¬colas cristãs (de catedrais e conventos) e posteriormente nas universidades. A patrística retoma a filosofia platôni¬ca; a escolástica retoma a filosofia aristotélica, nela en¬contrando seus fundamentos e os elementos necessários para seu desenvolvimento. Santo Tomás de Aquino ela¬bora a síntese magistral do cristianismo com o aristotelismo, fornecendo as bases filosóficas para a teologia cristã: surge a filosofia aristotélicotomista. Compatibilizar a fé e a razão continua a ser o problema central da filosofia escolástica.

1) FÉ
2) CRISTIANISMO
3) PODER DO CONHECIMENTO REDUZIDO – só a igreja detinha o conhecimento
4) CLERO – comando geral da sociedade

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