Boletim Conjuntural do Mercado de
Café
— Abril de 2013 —
Os preços
internacionais do café arábica (Contrato C da ICE
Futures US) encerraram abril com tendência
de queda, após atingirem máximas de US$ 1,42 por libra-peso na primeira e na
terceira semanas do mês. Os estoques certificados na bolsa de Nova York não
apresentaram alteração significativa em relação ao mês anterior, oscilando em
torno de 2,7 milhões de sacas durante abril. A volatilidade do mercado refletiu
a alternância das especulações sobre os volumes de café disponíveis no Brasil e
dos impactos das perdas causadas pe lo fungo roya na América Central na safra
2013/14.
Frente à
situação de emergência fitossanitária enfrentada pelos cafezais
centro-americanos, o diretor executivo da Organização Internacional do Café
(OIC), Robério Silva, iniciou, em abril, um ciclo de visitas oficiais aos países
cuja produção está comprometida pela ferrugem. O Programa Cooperativo Regional
para o Desenvolvimento Tecnológico e Modernização da Cafeicultura (Promecafé)
estima que a doença já afeta 53% da área cafeeira do continente, resultando em
perdas superiores a US$ 548 milhões e de mais de 441 mil postos de trabalho. Os
países em que o fungo mais se alastrou são El Salvador, Guatemala, República
Dominicana e Costa Rica.
Na tentativa de
amenizar as consequências socioeconômicas, o governo da Guatemala, por exemplo,
promove a ocupação da mão de obra em outras atividades, como manutenção de
estradas e reflorestamento, porém a remuneração é inferior à propiciada pela
cafeicultura. Há grande preocupação com o aumento do desemprego e da emigração
de trabalhadores rurais para centros urbanos e em direção aos Estados Unidos, o
que futuramente pode comprometer a recuperação da produção de café, por escassez
de trabalhadores. Os baixos preços do arábica na bolsa de Nova York somente têm
agravado a crise desses países, pois os produtores não cons eguem remuneração
adequada pelo produto anteriormente colhido.
Além das
constantes especulações sobre o café estocado no Brasil e de uma safra
considerável em um ano de bienalidade negativa, os dados divulgados sobre a
economia mundial não ajudaram o desempenho da maioria das commodities. O Fundo
Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,2 ponto percentual a previsão de
crescimento mundial em 2013, para 3,3%. Os dados de crescimento das economias
chinesa e norte-americana no primeiro trimestre também ficaram abaixo das
previsões dos economistas, com impactos negativos no mercado
financeiro.
Por fim, a
indefinição sobre o preço mínimo do café no Brasil, que imperou durante o mês de
abril, e as especulações de que não seria atingido o patamar de R$340/sc, a
vigorar na safra 2013/14, também ajudaram a estimular as apostas na queda das
cotações do Contrato C da ICE US, que se aproximaram das mínimas de mais de 30
meses nos últimos dias de abril
As cotações do
robusta também sofreram forte queda no terminal londrino, na última semana de
abril, quando foi atingida a mínima de US$ 1.984/t para o contrato com
vencimento em julho. O início antecipado da estação chuvosa no Vietnã e a
realização de lucros podem ser apontados como fatores de pressão, que se
sobrepuseram à redução dos volumes exportados pela
Indonésia.
O Escritório
Geral de Estatísticas do Vietnã divulgou sua previsão para as exportações de
café em abril, que devem atingir 1,83 milhão de sacas, apresentando decréscimo
de 30% em relação ao mês anterior, quando foram exportadas 2,63 milhões de
sacas. Mesmo com a revisão para baixo do número de março e a queda de abril, a
exportação acumulada na safra 2012/13 (outubro a abril) é 6% superior ao mesmo
período da temporada 2011/12. Os preços remuneradores explicam o crescimento do
volume exportado e têm estimulado a expansão da oferta de robusta em outros
países.
Uganda, o maior
produtor de conilon do continente africano, anunciou o plantio de 20 milhões de
pés de café até o final de maio. O país está desenvolvendo um programa de
renovação de seu parque cafeeiro, tendo como meta a substituição de 150 milhões
de pés de café por variedades mais produtivas e resistentes a problemas
fitossanitários. O objetivo é ampliar a produção das atuais 3 milhões para 4,5
milhões de sacas, em cinco anos.
No mercado
doméstico brasileiro, os preços do café arábica encerraram o mês com tendência
de queda, no patamar de R$ 290 por saca. A colheita da variedade robusta está se
intensificando e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)
avalia que os preços dos grãos novos estão depreciados em até R$ 10 por saca
frente ao produto da safra antecedente (2012/13). O diferencial de preços entre
as variedades está em níveis próximos do mês anterior, aproximadamente R$ 50 por
saca, equivalente a 38% do valor praticado no início da temporada
2012/13.
Em relação ao
comércio exterior, estatísticas do Conselho de Exportadores de Café do Brasil
(Cecafé) indicam que o País deverá exportar, em abril, um volume de café
superior ao de março. Até o dia 29, os pedidos de emissão de certificados de
origem totalizavam 2,6 milhões de sacas, contra 2,2 milhões sacas no mesmo
período do mês anterior. Os embarques até esta data somavam cerca de 2 milhões
de sacas, quantidade 16% superior à de março.
* Material elaborado pela assessoria
técnica do Conselho Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe squi seu recado.
Agradecemos sua visita.
esperamos ter ajudado
Envie o seu trabalho para postarmos no blog
Obrigada pela visita