sexta-feira, 3 de maio de 2013

- Governo brasileiro ainda não anunciou novo preço mínimo para o café. Dep. federal Silas Brasileiro; CNC

BALANÇO SEMANAL — 29/04 a 03/05/2013

- Governo brasileiro ainda não anunciou novo preço mínimo para o café. Na América Central, diretor executivo da OIC analisa impactos da ferrugem nos cafezais.

PREÇO MÍNIMO — No decorrer da semana até o fechamento deste boletim, o governo federal ainda não havia se manifestado a respeito do novo preço mínimo para o café. O CNC foi informado que o Conselho Monetário Nacional (CMN), na terça-feira, 30 de abril, aprovou voto agrícola nesse sentido, mas não tivemos acesso ao valor estipulado. A esse respeito, trabalhamos, em parceria com as demais entidades e lideranças nacionais do setor, para que possamos alcançar um valor justo e condizente com a rea lidade dos nossos custos de produção.

Reiteramos que o reajuste do preço mínimo — congelado desde 2009 em R$ 261,69 para a variedade arábica — faz-se necessário, haja vista que se trata de uma referência para que possamos desenvolver outros programas que venham dar proteção ao preço do café, como os Leilões de Opções Públicas e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), e amparar o produtor rural. Dessa forma, esperamos que o governo anuncie ainda hoje o novo valor para a subsequente implantação de políticas estratégias ao setor cafeeiro, além das definições do montante de recursos das linhas de financiamento do Funcafé, especialme nte pelo fato de termos começado a colheita do conilon e de nos aproximarmos do início dos trabalhos de cata do arábica.

FERRUGEM NA AMÉRICA CENTRAL — Conforme anunciado pelo CNC no dia 22 de abril, o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, realiza visitas às lavouras de café da América Central desde o dia 18 de abril até amanhã, 4 de maio, para analisar os impactos que a disseminação do fungo roya, causador da ferrugem, ocasionou na região.

Com base nas vistorias realizadas nos cafezais de Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica, a OIC apurou preliminarmente que cerca de 500 mil das 2 milhões de pessoas empregadas diretas do setor cafeeiro ficaram ou ficarão sem emprego neste ano devido aos impactos da ferrugem nos cafezais e que este número poderá ser ainda maior em 2014 se não forem adotadas medidas para frear a expansão da doença, o que deverá causar um cenário preocupante no aspecto social do vizinho continente. A América Central possui 43 milhões de habitantes.

Do lado econômico, o diretor executivo da OIC teve acesso aos números das entidades cafeeiras dos países produtores. De acordo com a maioria dos prognósticos traçados, a ferrugem deverá gerar uma quebra de até 30% na safra 2013 de café da América Central, o que, também conforme as estimativas, reduzirá a receita com as exportações do produto de US$ 960 milhões para US$ 350 milhões.

MERCADO Após iniciar a semana em patamares próximos às mínimas dos últimos trinta meses, as cotações do arábica apresentaram recuperação de quase 500 pontos na Bolsa de Nova York, no fechamento do dia 2 de maio. O contrato C, com vencimento em julho de 2013, encerrou a quinta-feira cotado a 139,45 centavos de dól ares por libra-peso, apresentando uma alta acumulada de 4,1% na semana. A cobertura de posições vendidas impulsionou a valorização, que também foi motivada pela expectativa de aumento do preço mínimo do café no Brasil, o primeiro passo em direção a adoção de medidas de ordenamento de oferta e garantia de renda aos produtores.

Não são apenas os cafeicultores nacionais que aguardam com ansiedade a divulgação do reajuste do preço mínimo. Produtores de arábica de todo o mundo, principalmente os da América Central, esperam que a política brasileira consiga dar suporte às cotações internacionais do café. Os valores depreciados da Bolsa de Bolsa York tem sido um fator agravante da crise fitossanitária enfrentada pela cafeicultura centro-americana. Com o início da estação chuvosa, o controle do fungo roya será mais difícil e também au mentará a incidência de outras pragas e doenças, demandando a aplicação preventiva de defensivos agrícolas e uma adequada fertilização do solo. Preços baixos dificultam a realização desses investimentos.

As cotações do robusta na Bolsa de Londres também se apreciaram na semana. O contrato com vencimento em julho de 2013 apresentou alta de US$ 21 por tonelada na quinta-feira, refletindo o clima positivo do mercado de commodities estimulado pela decisão do Banco Central europeu de reduzir a taxa de juros à mínima histórica de 0,5% a.a. Porém, resultados pouco promissores da atividade industrial alemã e do crescimento das economias norte-americana e chinesa indicam pouca possibilidade de sustentação da alta das commodities.

A Associação de Café e Cacau do Vietnã (Vicofa, na sigla em inglês) levantou novamente a possibilidade de quebra na safra do conilon no país asiático, em função das condições climáticas adversas. A entidade estima que a safra 2013/14 vietnamita ficará abaixo de 20 milhões de sacas, frente às 22 milhões colhidas na atual temporada. Há pouco tempo, pesquisa realizada pela agência Bloomberg indicou uma possibilidade de redução de até 30% na próxima safra dessa nação.

No Brasil, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou estatísticas preliminares que demonstram o aumento do volume exportado de café em abril, porém com menor geração de divisas. Foram exportadas 2,46 milhões de sacas, volume 40% superior ao de abril de 2012 e 7% maior em relação a março deste ano.

Entretanto, mesmo com embarques substancialmente maiores, houve retração de 0,8% na receita gerada ante mesmo período do ano anterior.  Esse fato demonstra que a depreciação dos preços internacionais do café piora o desempenho da balança comercial brasileira. Embora o governo apoie-se nos baixos preços das commodities como medida de contenção da inflação, o déficit nas contas externas poderá ser acentuado por esse mesmo motivo, com consequências de instabilidade do dólar que tamb&eac ute;m se reflete em pressão inflacionária.



Atenciosamente,

Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC
 

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